Reckziegel e Lauschner

Info. Históricas


Franz Reckziegel

Em uma crônica, "SAMPAIO - ZUM 50-JÄHRIGEN JUBILÄUM", que evoca recordações dos primeiros 50 anos vividos no Brasil e é o próprio Franz,ao ensejo da comemoração do cinqüentenário de Sampaio, em 1923, que nos conta algumas vivências que vão desde a motivação para emigrar, passando por citações relativas à longa viagem empreendida, a chegada ao Brasil, sua instalação na nova pátria e as peripécias enfrentadas para ordenar os trabalhos, a vida familiar e comunitária em uma região onde antes existia apenas mata virgem. A resolução para emigrar teria sido tomada após o recebimento das primeiras cartas, recebidas daqueles que já havia migrado em 1872, e que mostravam relatos positivos acerca do Brasil. A longa viagem certamente constituiu-se numa aventura para um jovem de 13 anos, como era o caso de Franz, na época. Berthold Stöhr, companheiro de viagem de Franz, então com 14 anos, detalha-nos na crônica atrás citada algumas vivências experimentadas naquela oportunidade. Após o embarque no navio "Santos", no porto de Hamburg, teria havido apenas uma parada, esta em Lisboa - Portugal, para reabastecer o navio com carvão e para o desembarque de algumas pessoas. Conta-nos o jovem Berthold:
"Em Lisboa, pela primeira vez na minha vida, vi pessoas de cor que, em canoas, fervilhavam à volta do nosso navio. Alguns vendiam frutas eoutros transportavam os passageiros que ali desembacaram. Estes eram disputados com tal intensidade a ponto de expô-los ao risco de um banho involuntário. Meus irmãos e eu olhávamos saudosos para aquelas frutas bonitas mas, para que não houvesse grandes perdas materais no caso deafundamento do navio, já haviamos gasto os nossos últimos "Kreutzer"(cruzados) no Porto de Hamburgo."
A partir daí, após de 36 dias em alto mar, em uma viagem pouco aproveitada por causa dos enjôos tiveram o primeiro contato com terras brasileiras, no porto de Rio Grande. O embarque para Porto Alegre foi alguns dias mais tarde onde chegaram em 6.9.1873. O vapor que os trouxe veio apinhado de pessoas, assim visto por Berthold:
"Já no navio "Santos" vínhamos prensados como sardinha mas neste era pior, pois dormíamos em pé".
Até que fosse decidido para onde seguiriam os diversos grupos houve também uma parada de alguns dias. Sabendo-se próximos do destino final pois haviam optado pela região do Taquari, embarcaram contentes e animados num vapor. A bordo deste, conta Berthold, a viagem foi agradável, pois, a convite e com a anuência do comandante, puderam entrar na cabine onde havia apenas uns poucos passageiros.
"Foi um momento de descontração, pois havia entre nós cantores e contadores de piadas - conta o nosso jóvem repórter - que agradeceram dessa forma a gentileza do convite".
Em Taquari, onde foram bem recebidos, puderam experimentar pela primeira vez a comida que breve seria para eles o "feijão nosso de cada dia". Já não havendo mais dinheiro no bolso, pois a maioria já havia gasto toda a sua economia, foi necessário vender alguns utensílios para poder prosseguir. Um vapor menor os deixou em Estância Mariante. Aqui, o que os teria levado a compreender a expresão portuguesa, "paciência", foi mais um tempo de espera até o embarque, em carretas de boi, para a então"cidade" de Venâncio Aires que na época contava com poucas casas, duas das quais eram de comerciantes e uma ocupada pelo administrador regional das terras, um tal sr. Richter. Em princípio todos os recém chegados estavam destinados para a região de Linha Isabella por serem estas terras do governo com o que não houve a concordância de alguns que preferiram a região de Sampaio. Aqui as terras eram melhores, porém de propriedade particular e precisavam ser adquiridas, compra que conseguiram negociar a prazo. Quem nos conta agora é mais uma vez o próprio Franz:
"Cada imigrante, eram 7 famílias, assumiu uma colônia ao preço de600$000 (seiscentos mil reis) tendo um prazo de 5 anos para pagar".
O atraso na medição das terras e também as constantes chuvas teriam empurrado o início do desmatamento, queimadas e plantações para ocomeço de 1874, quando construiram sua primeira choupana para onde se mudaram em 2 de fevereiro.
"O problema eram os víveres, conta-nos Franz. Martin Kroth supriu-nos com 2 sacos de feijão e assim nossa alimentação, até novembro daquele ano foi feijão, abóbora cozida, nabo e um pouco de farinha, tudo sem banha. Um acolheita de boas batatas afastou as preocupações de penúria. No verão de1874-1875 tivemos safra muito boa de fumo que atingiu 156 arrobas e recebemos 4$500 Rs o que deu para pagar o armazém, saldar as dívidas restantes e comprar o essencialmente necessário. Uma vaca custava, na época, 35$000 e um cavalo compramos por 30$000 e arreios por 16$000, como qual nós próprios podiamos cavalgar até o moinho, passando a ter o pão que antes raramente tínhamos."
Sabemos que Franz era apenas um jovem de 13 anos quando aqui chegaram. Não obstante isso foi obrigado a dar uma ajuda firme no desmatamento e preparo da terras para as primeiras plantações. Cedo aprendeu a manejar o facão, o machado e a foice. Faltava-lhe, como de resto também aos adultos, a experiência para as lides da derrubada de árvores dentro do emaranhado de cipós que existia na mata virgem. Isto quase custou a vida ao nosso ainda pequeno imigrante quando, tentando esquivar-se de uma árvore que tombava, ficou preso com os pés no cipoal e caiu. O pai,Wenzel, só teria conseguido tirá-lo debaixo da árvore com a ajuda de vizinhos. Felizmente as lesões sofridas não foram tão graves e o rapaz teve uma rápida recuperação. Com a idade de 19 anos resolveu aprender um ofício e partiu para um curtume em Venâncio Aires onde, durante 2 anos,lhe ensinaram a arte de curtir couros, porém sem qualquer compensação financeira pelo trabalho que realizava. Seguiram-se mais 6 meses com uma pequena remuneração mas que não compensava o que fez que voltasse às lides agrícolas, na casa paterna. Lá, após o pai ter-lhe disponibilizado um terreno, passou a instalar, com muita dificuldade e aos poucos, o seu próprio curtume. Devagar e quando os impecilhos, como falta inicial de couros e resina (tanino) apropriada para curtição, esta extraída de árvores, foram superados, sua indústria deslanchou.
Foi aí que Franz começou a sentir-se seguro e capaz de ele próprio constituir sua família. Encontrou para isso a parceira ideal na pessoa d ajovem Aurélia, filha de Johann Hosda e Genovefa Rössler, natural dePsichowitz - Boêmia, que emigrara com sua família para o Brasil em 19.5.1876, embarcados no navio "Buenos Aires". Casaram-se na Igreja deVenâncio Aires ( ver registro de casamentos da paróquia de Santa Cruz doSul, livro3, fls 16) no dia 30.9.1883, casamento este que seria abençoado com a vinda de 12 filhos dois dos quais, Ema e Eduardo, falecidos quando ainda crianças. Além de uma grande dedicação ao trabalho e família, Franz sempre mostrou-se extremamente responsável pelos rumos da comunidade. Liderou a comissão de construção das duas capelas, a primeira, em 1898, e a atual, vinte anos após. Na ausência de padre presidia os cultos dominicais. Extremamente preocupado com a educação e cultura, não mediu esforços para que seus filhos tivessem uma boa escola. Todos dominavamas duas línguas, alemão e português, e tiveram a oportunidade de complementar seus estudos em algum colégio regido por religiosos.(Fontes: "Sampaio, zum 50-Jährigen Jubileum - 1873-1823", -
"Aus Grossvater Wenzel Reckziegels Zeiten(HugoReckziegel-St.Michaelsblatt, 15.10.1958). - Crônica não subscrita, presumivelmente da autoria de uma neta, filha de Hugo Reckziegel, edepoimentos pessoais colhidos.)


Claudio Reckziegel

Em que pese sua morte precoce, aos 45 anos, em conseqüência de problemascardíacos, possivelmente originados da Hipertensão Arterial que oacompanhava, Cláudio produziu um currículo, além de extenso, muitomeritório e largamente reconhecido na comunidade onde viveu. Prova dissoé a homenagem que lhe foi tributada, post-mortem, increvendo seu nome emuma das vias públicas da cidade de Venâncio Aires. Sempre ligado ao ramoindustrial, administrou por vários anos a firma de manufaturação detabaco, fundada por seu pai. Constantemente voltado às causascomunitárias envolveu-se durante um determinado período nas lides dapolítica chegando a exercer os cargos eletivos de vereador e, na condiçãode suplente, também o de deputado estadual. Fazia da pescaria seu Hobbypredileto. Sua esposa, Herta, foi sempre uma companheira dedicada que oincentivava em suas iniciativas. Ela reside hoje na cidade de VenâncioAires-RS.
Trotz seinem frühzeitigen Tod, im 45ten Lebensjahr, durch Herzschwäche,von erhötem Blutdruck ursprünglich, konnte Cláudio doch einen grossenreichvollen und von seiner Gemeinde sehr anerkannten "Curriculum-vitae"hinterlassen. Die Ehrung die im "post-mortem" zugeteilt wurde als maneine Strasse der Stadt Venâncio Aires mit seinem Namen bennant hatbeweist uns das. Immer im Industriewirtschaft tätig, hat er viele Jahrehindurch den von seinem Vater gegründeten Tabakfertigungsbetrieb betreut.Immer sorgsam für alle Gemeindebedürfnisse übergab er sich zeitlich derPolitik und war im Gemeinderat und auch für eine kurze Zeit alsStaatsabgeordnete tätig. Fischerei war sein lieblingshobby. SeineEhefrau, Herta, stand ihm stets in alle seine Initiative bei. Heute wohntsie in der Stadt Venâncio Aires-RS.


Anna Wally Reckziegel

Anna adotou por muitos anos a vida religiosa, como freira. Aí ela exerceutambém sua atividade profissional como professora. Mais tarde, jáaposentada, laicizou-se, casando-se com o viúvo, Alfredo Helmuth Thomas.Ela encontrou sua morte de forma trágica num acidente de automóvel.


Rosmus Reckziegel

Rosmus, mais conhecido como Kosmus ou, simplesmente, Koss, passou umperíodo de sua juventude num Seminário para formação de padres donderetornou para completar sua formação primária na Escola Paroquial DonaRita, no município de Arroio do Meio. Morava então, juntamente com seusirmãos, Waldemar e Jaona, na casa dos tios Carlos e Hermina Puhl.Preferiu não retornar ao Seminário, decidindo-se por trabalhar com seupai nas atividades do comércio e Indústria. Por volta de 1959 optou porestabelecer-se com transporte coletivo, associando-se à Empresa AutoViação Estrela Ltda., que mais tarde seria transferida a seu irmão,Armindo, oportunidade em que adquiriu o Jornal "O Alto Taquari", únicosemanário que então circulava na cidade de Lajeado. Mais tarde trocaria aatividade de editor de jornal pelo comércio, estabelecendo-se comlancheria, armazém e peixaria no então Bairro "Americanos". Seu pendorpela música o levou a incudir essa arte, desde cedo, a todos os seusfilhos, chegando a formar um grupo musical familiar que animava, naocasião, muitos eventos sociais e religiosos. Também Rosmus padecia deproblemas cardíacos que o levaram a uma morte relativamente precoce aonão resistir a um implante de uma ponte de safena a que estava sendosubmetido. Casado com Nadir Zart, irmã da cunhada Herta, teve sempre umgrande apoio e incentivo dessa sua companheira.
Rosmus, besser bekannt als Kosmus oder, noch einfacher, Koss, ging in derJugendzeit zu einem Priesterseminar. Wieder zurück und unterGastfreundschaft der Familie Carlos und Hermina Puhl, konnte er, mit denGeschwister Waldemar und Johanna, die Primarstufe in der PfarrgrundschuleDona Rita, in Arroio do Meio, hinterlegen. Er trat dann als Kraftgeberin die Wirtschaft - Industrie und Handel Betrieb - seines Vaters ein. Soum 1959 nahm er Teil an eine Busgesellschaft -Auto Viação Estrela Ltda.-die später an seinen Bruder Armindo übertragen wurde. Darauf kaufte erdas Anrecht für die Ausgabe der Wochenzeitung "O Alto Taquari", dieeinzige damals mit Umlauf in der Stadt Lajeado. Auch von diesem Amt trater zurück und gab sich wieder dem Handel ab. Seine Begeisterung für dieMusik brachte einen grossen Einfluss über alle Kinder so dass es ihmspäter die Gründung von einem musikalischen Familiengruppe mit Vorträgebei Soziale oder Religiöse Ereignisse gelungen ist. Auch Rosmus hatte mitHerzprobleme zu tun die ihn zum Tode brachten bei eine Operation als manihm eine Vene an die Herzader einsetzen wollte. Vermählt mit Nadir Zart,eine Schwester seiner Schwägerin Herta, fand er auch ihrerseits einigegrosse und ständige Unterstüt\ung in alle seine Tätigkeiten.